
Sonhei andando ao luar e, de tão claro, era mais belo que o dia. Sim, era mais belo que o dia pois era noite e quando algo é mais belo que a realidade, só pode vir mesmo em sonhos; e eu sonhei. Sonhei que caminhava e que era tão claro o luar e o caminho era o mesmo que tanto cruzei para ir à escolar, mas eu já era outro. Eu já era outro, pois via coisas novas, sentia coisas novas e até mesmo a lua me dava presentes. Tipo, ver tudo de novo, de uma cor diferente, cor de lua cheia, de outras cores. Eu caminhava, sim, e ouvia os sons melodiosos da gente nativa. Eu via e ouvia, o vigor da juventude, na outra margem do rio, pois tinha sim, a mata, e meus olhos atravessavam o verde, que era entre prata e amarelo, a cor da lua nova. Depois o tempo se eternizou e eu já estava na água, na margem, precisava fazer alguma coisa. Precisava, pois havia corrido o tempo e de tanta tecnologia já quase não havia jeito. Não havia como sonar os rios, pois de tanto lixo, estavam obstruídos. Estava obstruído o rio e todos lamentavam o cheiro forte que vinha. Era o cheiro natural de gente da cidade, e eu não entendia no sonho, o porquê de tanto estranhamento. É, estranhavam o cheiro próprio, a obstrução própria, o assassinato-suicídio. E fomos com mais alguns para a desobstrução. Foi a engenharia, as ciências antes inúteis, sem atitude, que revelaram ao desobstruir. Era o cheiro da madeira, habilidades antigas de fazer barcos que causava o odor desagradável à memória. A madeira clamava, por vida, e, estando na margem exposta, novamente ao sol, foi revelar-se. Era uma embarcação naufragada, esquecida de sua história, que obstruía. Feito. A remoção foi o ponto de partida, a emersão de uma nova era, onde gente atual se acha útil. Sim, onde gente atual não mais aceita, a falta de luta, de mata, e não mais mata, os sonhos, jogando-se em esgotos, nos rios.



Lindo….vai ser real!!!!