
CINEASTAS SUÍÇOS E LIDERANÇAS INDÍGENAS DA AMAZÔNIA PRODUZEM FILME DENÚNCIA PARA O CINEMA
Amazonian Cosmos é o nome provisório de um longa de 90 minutos que está sendo produzido pelo diretor suíço Daniel Schweizer. O Filme fala sobre vida nativa na Amazônia de hoje e como o mundo externo à floresta é visto por lideranças indígenas. O cineasta e sua equipe estão na cidade com preparativos para produzir a primeira etapa do filme, que tem sequência na Europa e Estados Unidos. O diretor tem dois filmes documentários importantes que buscam, no cinema, ampliar a voz própria e de vários líderes comunitários ao redor do mundo, suas causas ambientais e humanitárias. Trading Paradise e Gold War são dois filmes densos e em Amazonian Cosmos reforçam-se denuncias contra várias formas abusivas e busca mostrar visões dos indígenas sobre a globalização, uma espécie de antropologia devolvida.
Em Roraima, onde começam os registros do filme, encontra-se um dos focos principais do filme documentário. Natureza virgem e populações nativas atingidas por projetos catastróficos como mineração são argumentos centrais no contexto. Davi Kopenawa Yanomami, um dos maiores ícones na luta pela preservação da floresta e retirada integral de fazendas e garimpo da Amazônia tem sofrido seguidas ameaças de morte e esse fato será posto em pauta aqui, no Brasil, na Europa e Estados Unidos na mensagem do filme. De Roraima seguem também o líder Dário Yawariona, filho de Davi, e Angelita Yanomami, sua esposa. O artista Jaider Esbell do povo Makuxi integra a equipe do filme e tem função específica de narrar e ilustrar o argumento dentro da linha de trabalho que desenvolve, arte com ativismo. O Filme compreende também o povo Suruí, do estado de Rondônia. Almir Suruí é liderança de destaque e leva ao mundo o exemplo de seu povo que, uma vez em contato com o grande mundo (1960), viu na tecnologia de ponta a melhor forma de vigiar seus territórios. O Suruí é conhecido como povo high-tech, em referência ao serviço de monitoramento por satélite que usam com total desenvoltura. Com lançamento previsto para 2018, o filme é financiado por fundos para a cultura na Suíça e deve firmar parceria com produtoras no Brasil para auxiliar na ampla campanha em nosso país. Amazonian Cosmos é um nome provisório, mas o tema central é mesmo denunciar os absurdos que acontecem especificamente na Amazônia. Nesse perspectiva, o diretor busca mostrar ao mundo a realidade local tal como ela é. O Filme não é sensacionalista tampouco ficção. Tratando a realidade como tal, partindo do fato de que, no Brasil, vozes de peso político, como a fala de Davi Kopenawa, e da arte ativismo, como o trabalho de Jaider Esbell, têm pouco ressonância ainda. Iniciado e finalizado na Amazônia, a equipe e a comitiva buscam percorrer locais estratégicos nos Estados Unidos e Europa para participar nos mais importantes fóruns e contatar líderes políticos e religiosos, já que tais questões são de interesse global. Nações Unidas, Google e as maiores refinarias de ouro são alguns dos locais visitados nessa campanha. Encontro com líderes espirituais como o Papa Francisco e Dalai Lama estão agendados.
Daniel Schweizer – Diretor
Christoph Wiedmer – Diretor Executivo
Patrick Tresch – Cinegrafista
Fabiano d’Amato – Som e mixagens.


