CORRIDA PARA A FLORESTA – RUN TO THE FOREST


Um pouco do nosso trabalho nos Estados Unidos em 2013.

Inglês e Português na sequência!
Transcrição literal sem revisão.
Tradução sem revisão.
Para livre colaboração

ENGLISH:
Speech 01
0:00:06 to 0:00:30 – I’m Jaider Esbell, I am 34 years old. I am an artist of Indian origin, I am Indian and I come from a Brazilian state called Roraima, which has a very high concentration of indigenous and where the indigenous movement is of great cultural and political importance.
00:00:31 to 00:01:22 – So, I was born in the context of Indigenous contact with the larger society, which involved cultural and economic transitions and a historical process that has resulted in the incorporation by my people of elements of the larger economy and new modalities of space and time. At age 34 I decided to act in this movement with my drawing skill.
Speech 02
0:01:28 to 0:02:03 – My artwork is involves a broader thinking that aims to add new ideas to the indigenous movement of Roraima, Brazil as a whole. But beyond the question of the indigenous movement and the perspectives of indigenous peoples, my work involves a much broader discussion where all the needs for future global perspective can be contemplated.
0:02:03 to 0:02:36 – Why we emphasize the issue of indigenous artwork and wider communication? Because I, as an artist, believe that indigenous peoples can collaborate with their traditional knowledge, with the way we have developed, with our differentiated views about nature, about the use of resources, also about the question of identity, the differentiation between various cultures.
0:02:36 to 0:03:08 – So we believe, I especially struggle with my art, with my writing, exactly for what? So that both indigenous and non -indigenous have the same opportunities, the same opportunities, thinking about the future, always considering the historical trajectory of how my people came to be in the present, as they helped the autonomy of other indigenous peoples Roraima and the region.
00:03:08 to 00:04:07 – How did Makuxi built this political support for the recognition of their territory? They were concerned with alternative economic models not only for their territory but for other indigenous societies. The indigenous territory can exist without being a hindrance to the rest of the country and the world. Indigenous should be consulted, should be considered on the issue of global resources such as water quality, soil quality, the quality of native specimens that may represent a cure for diseases which are not only a problem of the indigenous peoples.
00:04:08 to 00:04:27 – So, my work through art, literature, aims to bring together different people, to foster communication. I believe that indigenous people can feel privileged as anyone in any other corner of the world can.
0:04:27 to 0:05:05 – My work is a plural work and its elemental basis is the historical process of the natives, both in the far away past, the trajectory of adaption, coming to the present. All those elements are called into question. What is tradition? Who are indigenous people today? How can we collaborate with the world? Knowledge can be used in a broad manner to improve the quality of life of future generations.
0:05:09 to 0:05:32 – My artistic and literary activities focusing on this global environmental context with reference to the place was what sparked interest in Pitzer to invite me to participate in a course that involves Art and Anthropology.
0:05:35 to 0:05:50 – Asked how he could work in a more practical, more positive, the idea of using the course to focus on the exploitation of global resource and of the Amazon emerged .
0:05:51 to 0:06:10 – We call our course of Run to the Forest. And how to talk to American students about an unknown location, in principle for young students, who live in a reality totally different from the countries where the Amazon is?
0:06:11 to 0:07:06 – So we seek to work with the traditional knowledge of the Makuxi people. We use Makuxi knowledge to work these expectations and seek to reflect the understandings of our students through a collective panel that we call Our Canoe in Other Rivers. The students’ understanding throughout the course was reflected in their paintings to the collective panel: the graphic image of a canoe with several people on a journey to a place that would be in the future.
0:07:07 to 0:08 – So this was a powerful experience, I believe for the students. And I think we emphasized this urgent need to discuss the direction the world is going. We need to reflect about our attitude for the future generation. We need to make it very clear that the natural resources are not ours. We have no right to exploit these resources as we do in this current model of economy and consumption. The expectation of future generations is to also use those resources. I believe that the entire course was directed to these reflections: how our everyday attitudes may be reflected in the future, considering practical results and scientific substantiation on the quality of the natural environment.

PORTUGUESE:
Speech 01
00:00:06 – 00:00:30 – Eu sou Jaider Esbell, tenho 34 anos. Eu sou um artista de origem indígena, eu sou indígena e venho de um estado brasileiro chamado Roraima, onde tem uma concentração muito grande de indígenas e onde o movimento indígena tem uma efervescência cultural e política muito grande.
00:00:31 – 00:01:22 – Então, eu nasci nesse contexto dos indígenas em contato com a grande sociedade, envolvendo situações, contextos econômicos culturais e toda essa transição que vem de um processo histórico se encaminhando para os dias atuais e incoporando elementos da nova economia, da nova modalidade de espaço e tempo, eu aos 34 anos decidi atuar nesse movimento com a minha habilidade de desenho.
Speech 02
00:01:28 – 00:02: 03 – O meu trabalho artístico é a reaunião de um pensamento mais amplo que envolve uma ideia de adicionar novas discussões para o movimento indígena de Roraima, do Brasil como um todo, mas não fica só nessa questão do movimento dos indígenas e as perspectivas dos indígenas, o meu trabalho envolve uma discussão bem mais ampla, onde toda a necessidade global de perspectiva de futuro pode estar contemplada.
00:02:03 – 00:02:36 – Por que a gente ressalta a questão do indígena nesse trabalho de arte e comunicação mais ampla? Exatamente porque eu, enquanto artista indígena acredito que os indígrnas podem colaborar com os seus conhecimentos tradicionais com a forma que eles desenvolveram de (para) chegar aos dias atuais tendo essa visão diferenciada sobre natureza, sobre uso dos recursos, também sobre a questão da identidade, da diferenciação entre várias culturas.
00:02:36 – 00:03:08 – Então nós acreditamos, eu especialmente luto com a minha arte, com a minha escrita, exatamente para que? Para que tanto o indígena como o não-indígena possa ter as mesmas oportunidades, as mesmas igualdades, pensando nesse reflexo de futuro, considerando sempre a trajetória histórica de como o meu povo chegou aos dias atuais, como ele auxiliou na autonomia de outros povos indígenas de Roraima e da região.
00:03:08 – 00:04:07 – Como os makuxis construiram essa mobilidade politica em torno do território e a partir do território considar sempre outras necessidades coletivas que os indígenas tem, como a preocupação sobre modelos alternativos de economia dentro do próprio território. Como o território indígena pode corresponder sem ter que representar um empecilho para o resto do país e do mundo – A questão das economias. Como os indígenas vão trabalhar e devem ser consultados, devem ser considerados na questão dos recursos globais, como a qualidade da água, a qualidade do solo a qualidade das espécimes nativas que podem representar a cura para doenças que não é um problema só dos indígenas.
00:04:08 – 00:04:27 – Então, meu trabalho vem através da arte, da literatura, unindo um pacote de comunição onde eu acredito que o indígena pode sentir-se privilegiado como qualquer pessoa em qualquer outro canto do mundo pode, encontrar no trabalho artístico de Jaider Esbell, essa contribuição.
00:04:27 – 00:05:05 – O meu trabalho é um trabalho plural e tem como base elementar, o processo histórico dos indígenas, tanto num passado longuíncuo vindo numa trajetória de adapatação, chegando aos dias atuais, onde elementos são colocados em questão, como a própria tradição. O que é tradição? Quem é o indígena hoje, como ele pode colaborar? Os ensinamentos podem ser usados de uma forma ampla para melhorar a qualidade de vida das futuras gerações.
00:05:09 – 00:05:32 – A minha atuação artistística e literária com enfoque nesse contexto global, ambiental com referência ao local, foi o que despertou o interesse em Pitzer de me convidar para participar de um curso que envolve Arte e Antropologia.
00:05:35 – 00:05:50 – Perguntado como poderia colaborar de uma forma mais prática, mais positiva, surgiu a ideia de tratar o curso com enfoque nessa expectativa global sobre a exploração dos recursos da Amazônia.
00:05:51 – 00:06:10 – Nós chamamos o nosso curso de Run to the forest. E como falar com os alunos norte-americanos sobre um local desconhecido em princípio, para jovens estudantes, que vivem uma realidade de pais totalmente diferente dos paises onde a Amazônia está iserida?
00:06:11- 00:07:06 – Então, nós buscamos trabalhar novamente com os Makuxis, com os conhecimentos tradiconais do povo makuxi. Usamos os makuxis para trabalhar essas expectativas e buscar refletir essas compreensões dos alunos através de um painel coletivo que nós chamamos de Our Canoe in other rivers (nossa canos em outros rios), exatamente para que a compreensão dos alunos durante todo o curso fosse refletida através de pinturas feitas por eles próprios, novamente num painel coletivo, onde propus a imagem gráfica de uma canoa, com várias pessoas numa viagem para um lugar que estaria no futuro.
00:07:07 – 00:08: Então esse trabalho foi uma trabalho muito forte, eu acredito, para os estudantes e eu acho que conseguimos exatamente ressaltar essa necessidade urgente, eu acredito que seja urgente, de discutir sobre os rumos que o mundo pode ter, a partir de uma atitude nossa, imediata, dessa nossa geração. Sempre deixando muito claro, que os recursos naturais não são nossos, nós não temos o direito de explorar demasiadamente estes recursos com base nesse modelo atual de economia e consumo, com essa expectativa de que as futuras gerações é que serão as usuárias dos recursos que a gente detém o controle, aparentemente. Eu acredito que todo o curso esteve voltado para essas reflexões; Como nossas atitudes cotidianas podem refletir nessa expectativa de futuro, considerando resultados práticos e embasamentos científicos de reflexos na qualidade do ambiente natural.

Edição para audiovisual com Lêda Martins, Chris Wood e foto de Enoque Raposo na comunidade Raposa.
Ritual de botar pimentas nos olhos para VER!
IMG_1230
Nossa canoa em outros rios. 2013. Acervo Galeria Jaider Esbell. Acrílico sobre tela. 1,5 x 5 metros.