Piatai Datai – No tempo de Makunaimî


Com exposição em Roraima Jaider Esbell comemora dez anos de artevismo indígena contemporâneo.

São dois locais a abrigar a exposição que fica aberta a visitação pública e gratuita de 02 de agosto a 01 de novembro com programação variada.

Piatai Datai – No tempo de Makunaimî pode ser compreendida como mostra, em parte, da pesquisa trajetória do artista Jaider Esbell e seus contextos.

Makuxi, o indígena da Raposa Serra do Sol completa uma década de uma íntima imersão nos rastros do seu próprio avô o Makunaimî. Após percorrer milhares de quilômetros e atuar em diversas frentes ao redor do mundo é pela natureza o grito mais urgente. Como potência para os ainda sem identidade vemos nós do tronco maior de nossa coletiva paisagem mirar que as raízes do Monte Roraima apontem caminhos para novos afetos.

Mais uma vez é urgente e não dá para se demorar em afetos, mas é preciso. São assim as aparições dos netos dos velhos magos quando aparecem na contemporaneidade.

Desde 2009 quando apresenta a obra literária Terreiro de Makunaima – Mitos, lendas e estórias em vivências o trabalho do artista envereda por diversas linguagens e envolve diversos atores que hoje congregam em ações.

Passo a passo Makunaimî é o convite lançado e a proposta é marcar mais dez anos de ações transversais nos campos dessa poética para juntar com o centenário da obra Makunaíma, o herói sem nenhum caráter do paulistano Mário de Andrade.

A exposição vem da seleção da proposta pelo edital Sesc e acontece em dois locais na cidade de Boa Vista. Dia 02 de agosto às 19h abre a primeira etapa na galeria Jaider Esbell no bairro Paraviana. O endereço é: Rua Anália Soares de Freitas 1633. Paraviana. Dia 16 de agosto abre a segunda etapa na nova sede do Sesc no centro da cidade. Ambas têm visitação livre durante o horário comercial.

Como parte da programação expositiva o Sesc preparou a estrutura para oferecer traslado de escolas e turmas mediante agendamento. O número para agendamentos e mais informações é 99959 2025.

A expografia convida o visitante a passear pela trajetória do artista ao mesmo tempo em que somos levados à dimensão dos sonhos, espaço de expressão onde melhor se harmoniza a inconstância do artista.

Muito pertinente a exposição nos coloca bem dentro da questão urgente do momento. Quem vê sente que não tá nada bem e que precisamos rebuscar a magia para refrear o mundo da dor.

A intimidade de andar por trilhas farejando fragmentos de memória e nisso de ir dar com várias descobertas e ver que de fato há uma alternativa em marcha e ela vem de lá, do campo de nossa ideia de fantasia.

Ilustrativa, lúdica, colorida. Assusta para os já tão cristão mas para o de natureza fácil é um encontro de parentes. Entidades, visagens, vultos e representações ainda novidades nas mentes tão urbana.

É com um convite a ver aspectos, sentir reflexos de uma cultura viva universal, o povo Makuxi em seus contemporâneos junto com parentes de tantos povos e sues amigos a aliados, os Txaístas do meio da jornada.

É resistente pois teima em estar presente nos lugares como protagonistas positivos em um cenário de recorrente violência, violação, vilipêndio, ecocídio.

A galeria é parte desta exposição de trajetória e sua fundação desde 2013 com plena presença na expectativa da resistência é algo a mais a se comemorar. Mostramos seu acervo, a biblioteca e as possibilidades de se expandir ações de livre educação.

A exposição é uma parceria do com o Sesc-RR e acontece dentro das ações da passo a passo Makunaima do qual destacamos a presença e a colaboração direta de Camila Valones, Célia Barros, Raquel Blaque, Paula Berbert, Amazoner Arawak.
Ficha Técnica
Curadoria: Jaider Esbell e Paula Berbert
Produção executiva: Rafael Pinto, Paula Berbert, Célia Barros e Raquel Blaque
Projeto expográfico: Camila Valones, Passo Passo Makunaimî
Programa Educativo: Passo-passo Makunaima – Camila Valones, Célia Barros, Paula Berbert, Raquel Blaque
Educativo: João Biassi e Ingrid Glaiss