Abril indígena 2020 – SEJAMOS


Sejamos claros e objetivos. Como sempre fomos e sempre seremos, sejamos. Sejamos honestos por dentro pois aí mora a maior das boas coragens. Quem é você? Sou parte deste universo. Eu sou verso vivo, uno, em ti. O que você realmente deseja? Nada, eu tenho absolutamente tudo, eu tenho a vida. A você minha eterna gratidão. É isso o que vai acontecer no seu interior maior, então queira ser o bem.

Sejamos elegantes sempre. Especialmente nas passagens, a melhor das horas para assim estarmos, estejamos. O corpo é muito elegante pois é a nobreza da terra. Assim, sejamos, sigamos com os nossos corpos em exaltação aos cosmos. Não devemos temer a volta pra casa. A nossa casa não é um lugar estranho. As visões de nossas entranhas devem nos levar ao nosso ninho, o lugar de se regenerar. Nossa casa nos cabe, sempre caberá, pois a outro, não servirá.

Sempre fomos assim e isso nunca nos tirou a alegria de viver. Dessa forma, sempre fomos felizes e sempre estaremos eternamente a cantar as canções das naturezas que perpassam a gente. A questão é mesmo de extrema sensibilidade, de alcançar um nível de silêncio a ponto de fazer a folha caída subir de volta e retornar à árvore e a árvore voltar a ser semente. É um silêncio revigorante capaz de reverte as coisas sofridas dos efeitos.

Quando alcançamos esse nível de silêncio interior, regeneramos. Quando aí chegamos parece que estamos retrocedendo, voltando para o passado, mas é exatamente aí que reside o verdadeiro sentido da vida, a memória. Aquilo que não tem palavras portanto que não carece de nenhuma tradução. Por mais uma vez convidamos; recorramos ao estado. Recorramos ao “estado de consciência”.

Por mais uma vez convidamos; pisemos suaves sobre a terra e se possível deitemos nossos ouvidos rente ao chão para acariciar nossos avós. Nas visões de que tive o merecimento isso tudo me foi mostrado. Filho queres ver o futuro? Aí está! E a grande voz feminina foi muito bem clara. Veja daqui de cima como é a agonia de uma guerra geral.

Não adianta querer entender, apenas volte lá para trabalhar o bem, dê o seu melhor, sempre. O resgate é por minha conta, isto é minha garantia e não será antes da hora. Não busque explicações pois isso não lhe compete. É grande demais o caos para que agora haja compreensão. Pois veja: se eu te trouxe até aqui e te mostro tudo isso, daqui, é que então, de fato, o outro lado existe e tudo mesmo, é mesmo possível.

Gratidão pelas palavras vovó, eu vou dizer isso para o meu povo, o povo que habita o meu espelho. Eu vou dizer isso não como um conselho, mas como um abraço sobre aquele outro sonho com o coelho: Fica na toca filha, num oco de âmago acima da média das águas turbulentas. Elas passarão e você descerá aos campos verdejantes, viva.
Viva a vida!