Exposição EPU-TÎTO – Artes e indígenas hoje – Textos da curadoria


Texto 05 – EPU’TÎTO – ARTES E INDÍGENAS, HOJE
EPU’TÎTO é SENTIMENTO, na língua Makuxi.
Hoje, nós, os artistas indígenas independentes de Roraima, mostramos um pouco de nossos sentimentos. A exposição reúne o trabalho realizado e organizado em forma de acervo durante 7 anos. De 2011 a 2017 temos um curto recorte no tempo e a exposição revela alguns números que podem surpreender. São, ao menos, 12 artistas indígenas entre nomes consolidados como Carmézia Emiliano, premiada no naïf e única mulher no grupo. São mais de 200 obras de arte indígena contemporânea entre paineis e objetos tridimensionais e artesanato. São cinco coleções, coletivas e uma individual. Vacas nas Terras de Makunaima – De Malditas a Desejadas (coletiva, 2013), Meu Vizinho Karaiwá (coletiva, 2014) e O Protagonismo Indígena (coletiva 2015) são coleções que tratam temas comuns. A presença do gado bovino, sua influência e adição na cultura Makuxi, a relação entre índios e brancos e o sentido de protagonismo levantam questões da vida prática. A Corrida para a Floresta (Jaider Esbell, 2013) é uma coleção com 12 obras, produzidas nos Estados Unidos, que alertam para a aceleração da corrida do desenvolvimento para a floresta amazônica. Nós, os Xirixana, é uma coleção de desenhos feitos por crianças, jovens e adultos da comunidade Sikamabiu e evidenciam em ações continuadas o contato dos povos da floresta com a linguagem plural das artes. A Árvore de Todos os Saberes é um dos projetos coletivos mais completos. O painel reúne assinaturas culturais de representantes de diversos povos originários do continente americano. A proposta itinerante foi idealizada e proposta em 2013, na UFMG, na Exposição ¡MIRA! – Artes Visuais dos Povos Indígenas, e deve ser exposta na ONU. A EPU’TÎTO – ARTES E INDÍGENAS, HOJE revela o trabalho reunido ao longo de sete anos de atividades contextuais dos fazeres do artista Jaider Esbell no estado de Roraima, no Brasil e no exterior. A mostra exibe trabalho de artistas indígenas renomados, alguns com prêmios e biografias exclusivos. Expor EPU’TÎTO neste formato busca atender aos diversos elementos da cadeia de alcance da arte: escolas, comunidade acadêmica, lideranças, professores, instituições públicas e privadas poderão ver, sentir e conhecer a arte indígena contemporânea, seus artistas. Ao menos, 5 etnias – Makuxi, Wapixana, Taurepang, Patamona e Xirixana, abrem uma fresta no mundo visual contemporâneo para o próprio mundo encantado de suas origens míticas.