Abril indígena 2020 – É sempre manhã dentro de mim


É sempre manhã no meu coração. Estou sempre buscando acordar e sair já encangado com a alegria. Eu tenho esse jeito, gosto muito de ser assim. Eu aprendi com meus avós indígenas que sempre foram assim. Ambos viveram bem, nunca deixaram a alegria sair de suas mãos. Eu não poderia ser diferente se estive na escola da alegria.

Quero ficar um velhinho alegre, quero mesmo que me amem como se amam as coisas boas. Eu quero ver as folhas rolando, o capim dançando no vento, uma das cenas mais lindas que acho nessa vida maravilhosa. Gosto de pensar que sempre vou ouvir e assim poderei ver o espírito das águas nos riachos mansos sempre a murmurar.

Quero estar na mansidão, quero mesmo contrariar minha hora intempestiva. Quero sorrir com solicitude, sem sarcasmo malicioso. Quero tender mais a brincar que a brigar. Quero relaxar, mesmo na mais difícil hora, escapar. Quero a maturidade das senhoras, das damas donas de si. Quero amar os pequeninos, ter acessos às liberdades. Quero te imaginar, tão lindo ou Índia com me sinto indú.

Quero viver de boas memórias, essas que saciam as fomes, afugentam as inquietudes. Quero me manter matinal pronto pra deixar acontecer. Quero começar sempre aberto, liberto com a mente limpa para mais acontecer. Quero rever meu lado bom, estendê-lo por onde passar. Ah eu quero amar, flutuar, planejar não planejar. Dentro de mim é sempre manhã e quero continuar assim.

Gratidão beijamim!